terça-feira, 4 de outubro de 2016

Arquivo: Moradora de Brusque coleciona 50 mil cartões telefônicos

Eva Agassi, de 67 anos, iniciou a coleção dos itens em 1992 na cidade de São Paulo


Na década de 90, as ruas centrais da cidade de São Paulo transbordavam de camelôs que comercializavam cartões telefônicos. A coleção dos itens, naquela época, era febre sobretudo entre as crianças.

O neto de dona Eva Agassi, de 67 anos, era um dos aficionados pelos cartões. Foi por causa dele que ela começou a colecionar. O gosto pela cartofilia gerou tantos frutos que, hoje, a aposentada tem cerca de 50 mil cartões.

“Eu comecei porque ele gostava, eu colecionava para ele. Mas ele acabou deixando e eu assumi e continuo até hoje. É muito gostoso colecionar”, diz.

Morando em Brusque desde 2000, dona Eva lida com os cartões diariamente. Ela separa cada item em cerca de 30 álbuns. Além disso, ela também começou a catalogar os cartões no computador. Dessa forma, consegue saber quais já têm e quais ainda faltam.

“Eu não guardo cartões riscados. Eles precisam estar com boa qualidade. E também evito de ficar com cartões que ainda tem crédito. Eu prefiro cartão vazio mesmo”, explica.


Dona Eva possui tanto cartões nacionais quanto importados. Há itens referentes a estados, cidades, animais, comidas, desenhos animados, filmes, atores, objetos e partes do corpo humano. Alguns deles são como quebra-cabeças e formam grandes paisagens se colocados lado a lado.

Para ampliar a coleção e para trocar itens repetidos, anualmente a aposentada comparece ao encontro de cartofilistas de Timbó. O local, conta dona Eva, é o paraíso para todos os colecionadores.

“Há umas mesas gigantes onde cada vendedor expõe os seus cartões. Nós passamos o dia todo lá, saímos para almoçar e logo voltamos. É muito legal”, conta.

Além de trocar, dona Eva também compra os itens. Ao longo dos 24 anos dedicados à coleção, ela estima que tenha gastado cerca de R$ 20 mil. De acordo com a colecionadora, há cartões que variam de 30 centavos a R$ 5 mil.

“Vale a pena todo o investimento, porque é algo que eu tenho prazer de fazer”, diz. “Eu costumo comprar pela internet. Tem um senhor que mora no Guarujá que tem muitos cartões. Geralmente eu encomendo dele”, completa.

Embora em algumas cidades os cartões telefônicos estejam em desuso, dona Eva conta que em cidades menores do interior é extremamente comum o uso dos itens para os moradores se comunicarem.

Além da questão de colecionar, outro ponto que a aposentada também valoriza é a questão didática dos cartões, em especial, aqueles que mostram imagens referentes aos estados do Brasil.

“Atrás de cada cartão conta um pouco da história daquela imagem que está mostrando. Então os cartões também são como uma enciclopédia. Se uma criança pegar, ela vai aprender muita coisa”, diz.


Reportagem publicada no portal Município Dia a Dia em 31 de agosto de 2016

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